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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sem salas de exibição, Bacia do Paramirim quer cinema itinerante



Quem passa pelo centro de Macaúbas não pode deixar de notar a oficina do sapateiro Lolô: parece cena de cinema. O senhor de 83 anos montou uma parede com fotos de seus amigos, cenas de seu time de futebol favorito (Botafogo),  troféus do seu time amador, o Bahia, e, principalmente, seus sapatos artesanais de couro.

“É assim mesmo. Pode fotografar. O pessoal de fora, quando vem aqui para o São João, sempre para, tira fotos e leva todo o meu estoque”, diverte-se Lolô (Aluísio Joaquim do Nascimento) com o interesse da equipe de reportagem do portal http://culturabahia.com.

Um território com essa grande riqueza humana, geográfica, simbólica e natural, dotado de imagens e histórias de dar água na boca de cineastas, não possui uma sala de cinema sequer. Mas um caminhão poderia viajar os nove municípios da Bacia do Paramirim e, pelo menos uma vez por mês, exibir filmes nacionais em cada cidade.

Essa é uma das propostas estaduais resultantes da Conferência Territorial de Cultura, realizada em Macaúbas ontem e hoje. O encontro terminou com a eleição de um delegado da sociedade civil e nenhum do poder público, já que houve apenas 25 delegados territoriais presentes. O eleito foi o professor da rede pública de Érico Cardoso, Neilton Magalhães.
Com poucos, mas ativos participantes, a plenária decidiu rediscutir duas das propostas dos eixos temáticos: a criação de um museu contemporâneo (versus a ampliação dos já existentes), e a capacitação de profissionais de bibliotecas (versus outras propostas do eixo Pensamento e Leitura).

No caso do museu, venceu a ideia de criar um contemporâneo, com salas de exibição da arte produzida atualmente no território. A ideia foi defendida por conferencistas como a historiadora Jucilene Carneiro, de Tanque Novo. Para ela, o novo equipamento deveria ter, especialmente, espaço para a produção local de arte contemporânea.

A proposta estadual de capacitação de profissionais de bibliotecas foi outro tema polêmico na plenária. O motivo: a Fundação Pedro Calmon já vem trabalhando com isso, com resultados já sentidos em Botuporã. Contudo, representantes de outros municípios trouxeram a público que este é um item deficitário nas bibliotecas locais.  Em votação, a maioria decidiu encaminhar a proposta original, para reforçar a carência da Bacia do Paramirim.

Conheça todas as propostas aprovadas
Eixo 1 – Expressões artísticas
- Estadual
Feira Cultural
- Territorial
Cinema itinerante
Cultura como expressão cultural
Formação de músicos para fanfarras e filarmônicas
Eixo 2 – Patrimônio e Memória
- Estadual
Tombamento dos sítios arqueológicos
- Territorial
Centro cultural territorial de manifestações tradicionais
Criação de um museu territorial contemporâneo
Tombamento dos sítios arqueológicos
Eixo 3 – Pensamento e leitura
- Estadual
Capacitação de profissionais de bibliotecas
- Territorial
Biblioteca móvel
Bate-papo com professores e escritores
Ampliação das bibliotecas
Eixo 4 – Transversalidade da cultura
- Estadual
Formação de guias turísticos
- Territorial
Coleta seletiva de lixo
Esporte é vida
Formação de guias turísticos
Eixo 5 – Gestão da cultura
- Estadual
Criação da casa da cultura do território
- Territorial
Promover tombamento dos sítios arqueológicos, patrimônio natural material e imaterial
Criação da casa da cultura do território
Curso de capacitação para gestor, conselheiros e produtores culturais
Eixo 6 – Redes
- Estadual
Financiamento e assessoria cultural
- Territorial
Consórcio cultural
Rede cultural
Feira cultural Bacia do Paramirim

Fonte: http://culturabahia.com

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