Por Rodrigo Ferraz
Fonte: Ascom
O
senador Walter Pinheiro (PT-BA) apresentou hoje (26), no Plenário, um
estudo que solicitou ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) sobre
a estiagem que afeta a região Nordeste, principalmente a Bahia. “A
perspectiva é de que as chuvas voltem a cair somente a partir do mês de
outubro”, informou o senador.
No estudo, os pesquisadores utilizam dados colhidos nas estações do
instituto até o início desta semana. Em resumo o documento confirma que a
severidade da atual estiagem deve-se à insuficiência de chuvas nos
períodos em que, historicamente, ocorrem as preciptações que abastecem
as represas, barragens e cisternas utilizadas pelas populações, tanto
para agricultura quanto para o abastecimento de água para as cidades.
“Em algumas localidades no Norte da
Bahia, como Irecê e Paulo Afonso, por exemplo, simplesmente não houve
registro de chuvas em nenhum dia do mês de março”, disse Pinheiro. A
Bahia é o estado mais assolado pela seca – mais de 200 dos 417
municípios do estado estão sob emergência –, mas o quadro também é grave
em outros estados, segundo os dados de março e abril que constam da
nota técnica.
O mapa, que mostra as chuvas acumuladas entre os dias 5 e 24 de
abril, expõe a extensão do drama. A grande mancha branca, com menos de 3
mm a zero mm de chuva, ocupa praticamente todo o interior da Bahia,
estendendo-se, ao Norte, para a região Sul-Sudoeste de Pernambuco e
Sul-Sudeste do Piauí. Ao Sul do mapa, a área branca invade uma pequena
faixa do Norte de Minas Gerais e um polígono ao Nor-Noroeste do estado.
Considerando-se as faixas em vermelho e vermelho-escuro, com menos de
20mm e menos de 10 mm de chuvas no mês, a área da estiagem assume
proporção ainda maior, tomando praticamente toda a região central da
Bahia, todo o estado de Sergipe, o Sul-Sudeste de Alagoas, além de uma
mancha que cruza os estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco.
Os efeitos da estiagem são graves para os mais de três milhões de
pessoas que vivem nas regiões assinaladas – e a projeção não é otimista.
“O problema não se resume às poucas chuvas, mas ao longo período em que
vem chovendo muito abaixo das médias históricas”, avaliou Pinheiro.
Os “prognósticos climáticos” dos pesquisadores do Inmet confirmam a
severidade dos próximos meses ao prever que, para o trimestre
abril-maio-junho de 2012, o que se espera é “maior probabilidade de
chuvas na categoria normal a abaixo da normal climatológica (75%) para o
centro-norte do Nordeste do Brasil”.
O senador Pinheiro tem sido um dos cobradores mais insistentes de
vários ministérios – desde janeiro passado, quando, durante o recesso
parlamentar, viajou para Brasília para expor o drama dos efeitos da
estiagem na região central da Bahia – a mais atingida.
Pinheiro também destacou o empenho dos Governos Federal e da Bahia na
liberação de recursos emergenciais para o enfrentamento da longa
estiagem, mas destacou que busca ainda outras linhas de ação, a exemplo
do perdão das dívidas dos agricultores que perderam suas safras “ou nem
chegaram a ter condições de fazer o plantio”, além de uma linha de
financiamento para a liberação de crédito.
Fonte: http://www.blogdaresenhageral.com.br/v1/2012/04/26/estiagem-no-nordeste-tende-a-se-agravar-avalia-senador-pinheiro/
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